Saiba qual a cidade mineira com maior concentração de pessoas sem religião
Cidade do Triângulo Mineiro contempla 18,6% da população sem religião. Em Minas, 1 milhão de pessoas integram esse grupo
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Siga noEm Minas Gerais, em 2022, o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) detectou que 5,7% da população do estado não têm religião. O percentual corresponde a 1 milhão de pessoas e faz parte dos resultados desta sexta-feira (6/6), divulgados na publicação "Religiões: Resultados preliminares da amostra”.
O estudo revela as mudanças no panorama das representatividades religiosas no estado e no país. Em Minas, a cidade com maior concentração de pessoas sem religião é Fronteira, no Triângulo Mineiro.
Em Minas Gerais, em 2022, na população com 10 ou mais anos de idade, o Censo detectou uma fatia católica de 11,5 milhões de pessoas (63,5%). Logo em seguida, vem a evangélica, com 4,5 milhões de adeptos (24,8%); as pessoas sem religião, que representaram 1 milhão (5,7%); os fiéis de outras religiosidades, 584,6 mil pessoas (3,2%); e a população espírita, composta por 390,3 mil pessoas (2.2%).
Além disso, a Umbanda e o Candomblé (0,5%), os adeptos das Tradições Indígenas (0,02%), aqueles que não sabem (0,03%) e os que não declararam (0,08%) não atingiram 1% da população com 10 anos ou mais no estado.
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Crescimento
O número de pessoas sem religião cresceu de 5,1% para 5,7%. O destaque no estado foi o município de Fronteira, que concentra a maior população sem religião do estado (18,6%) e está na 125ª posição nacional. Dentre os municípios mineiros, Periquito (17,5%) e Salto da Divisa (16,4%) também se destacaram nesse comparativo.
Conforme o professor do departamento de Ciências da Religião da PUC Minas, Robson Sávio, nos censos anteriores, já havia sido detectado um aumento significativo do grupo chamado sem religião. "Ele é composto não somente por ateus e agnósticos, mas por pessoas que não se identificam com nenhuma igreja, com nenhuma tradição religiosa", explica ele.
O docente diz que esse aumento se deve a um fenômeno de pluralidade religiosa. "Muitas pessoas acabam tendo um desencantamento para as igrejas, com as tradições religiosas tradicionais. E acabam sendo pessoas que dizem ter fé, uma espiritualidade, mas não querem se vincular com nenhuma instituição", afirma.
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Ele diz que se trata de uma tendência em sociedades plurais com várias tradições religiosas, onde há liberdade de culto e de expressão. "As pessoas não sentem a questão do vínculo religioso como algo importante o próprio vínculo social. Em uma sociedade plural, democrática e laica, o elemento religioso não é um distintivo para caracterizar a inserção da pessoa na sua sociedade", conclui Robson.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata