O ato de remover as cutículas repetidamente é mais comum do que se imagina. Muitas pessoas, sem perceber, desenvolvem o hábito de cutucar ou arrancar as peles ao redor das unhas em momentos de distração, ansiedade ou tédio. Embora pareça uma prática inofensiva, especialistas apontam que esse comportamento pode revelar questões emocionais mais profundas.
Além do aspecto estético, tirar as cutículas sem parar pode causar lesões, dor e até infecções. Psicólogos e dermatologistas alertam que, quando o hábito se torna frequente e difícil de controlar, pode estar relacionado a quadros de ansiedade, estresse elevado ou transtornos compulsivos. Entender o que motiva esse comportamento é fundamental para buscar estratégias de enfrentamento e cuidar da saúde mental.
Por que tantas pessoas têm o hábito de tirar cutículas compulsivamente?
O comportamento de remover cutículas de forma repetitiva costuma surgir como uma resposta automática a sensações de desconforto emocional. Situações de estresse, nervosismo ou até mesmo momentos de tédio podem desencadear o impulso de mexer nas unhas. Para algumas pessoas, esse ato funciona como uma válvula de escape, proporcionando alívio momentâneo diante de sentimentos desagradáveis.
Em muitos casos, o hábito começa na infância ou adolescência e se mantém ao longo dos anos, tornando-se parte da rotina diária. O ambiente familiar, experiências escolares e até a influência de amigos podem contribuir para o desenvolvimento desse comportamento. Quando realizado de maneira excessiva, pode ser um sinal de que o indivíduo está enfrentando dificuldades para lidar com emoções intensas.

O que a psicologia diz sobre o ato de cutucar as cutículas sem parar?
De acordo com psicólogos, o hábito de tirar cutículas de forma compulsiva pode estar associado a condições como ansiedade generalizada, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ou dermatofagia. A dermatofagia, por exemplo, é caracterizada pelo impulso de morder ou arrancar a pele ao redor das unhas, podendo causar feridas e desconforto.
Esses comportamentos repetitivos são classificados como comportamentos de autoagressão não suicida, pois envolvem lesões leves e repetidas sem intenção de causar dano grave. O ato de cutucar as cutículas pode servir como uma tentativa de aliviar a tensão interna, mas, a longo prazo, tende a aumentar o sofrimento emocional e físico, criando um ciclo difícil de romper.
Quais sinais indicam que o hábito pode ser prejudicial à saúde?
Alguns indícios mostram que o costume de remover cutículas ultraou o limite do aceitável. Entre eles, destacam-se a presença de dor constante, feridas que demoram a cicatrizar, sangramentos frequentes e infecções na região das unhas. O desconforto emocional, como vergonha das mãos ou preocupação excessiva com a aparência dos dedos, também é um sinal de alerta.
Outro ponto importante é a dificuldade em controlar o impulso, mesmo diante de consequências negativas. Quando a pessoa percebe que não consegue interromper o hábito, mesmo tentando, ou quando o comportamento interfere em atividades cotidianas, é recomendável buscar orientação profissional. O acompanhamento psicológico pode ajudar a identificar as causas e encontrar formas saudáveis de lidar com a ansiedade.
Como é possível controlar o impulso de tirar cutículas repetidamente?
Existem diversas estratégias que podem auxiliar no controle desse comportamento. Uma das abordagens mais recomendadas é a terapia cognitivo-comportamental, que trabalha a identificação dos gatilhos emocionais e a substituição do hábito por alternativas menos prejudiciais. Técnicas de atenção plena, como o mindfulness, também podem ser úteis para aumentar a consciência sobre o ato e promover o autocontrole.
Além disso, pequenas mudanças na rotina podem fazer diferença. Manter as mãos ocupadas com objetos antistresse, utilizar cremes hidratantes para amolecer as cutículas e evitar situações que desencadeiam o impulso são medidas práticas. Em casos mais graves, o uso de barreiras físicas, como bandagens, pode ajudar a interromper o ciclo de lesões.
Quando é o momento de procurar ajuda profissional para esse hábito?
Buscar apoio psicológico é indicado quando o ato de tirar cutículas começa a causar sofrimento, dor ou constrangimento. Se o comportamento se torna involuntário, persistente e interfere na qualidade de vida, a orientação de um especialista pode ser fundamental para compreender as causas e iniciar um tratamento adequado.
O acompanhamento com psicólogos ou psiquiatras pode envolver diferentes abordagens, desde a psicoterapia até, em alguns casos, o uso de medicação para controlar sintomas de ansiedade ou compulsão. O mais importante é reconhecer que o hábito não precisa ser enfrentado sozinho e que existem recursos disponíveis para promover o bem-estar emocional e físico.